
Note que todos os pássaros são aves, mas nem todas as aves são pássaros. Os pássaros estão incluídos na ordem Passeriformes, constituindo a ordem mais rica, ou seja, com maior número de espécies dentro do grupo das aves.
Enquanto a maioria das aves se caracteriza pelo voo, as ratitas não podem voar ou apresentam voo limitado, uma característica considerada secundária, ou seja, adquirida por espécies "novas" a partir de ancestrais que conseguiam voar. Muitas outras espécies, particularmente as insulares, também perderam essa habilidade. As espécies não-voadoras incluem o pinguim, avestruz, quivi, e o extinto dodo. Aves não-voadoras são especialmente vulneráveis à extinção por conta da ação antrópica direta (destruição e fragmentação do habitat, poluição etc.) ou indireta (introdução de animais/plantas exóticas, mamíferos em particular).
Evolução e taxonomia
A primeira classificação das aves foi desenvolvida por Francis Willughby e John Ray, no Ornithologiaede 1676.[1] Carolus Linnaeus modificou a demoninação em 1758 para o sistema de classificação taxonômica atual.[2] As aves estão posicionadas na classe Aves na taxonomia de Linnaeus, entretanto, na taxonomia filogenética agrupa-se as aves junto aos dinossauros terópodes.[3] Aves eCrocodylia são os únicos membros viventes do clado reptiliano Archosauria. Na filogenética, o termoAves é comumente definido como sendo todos os descendentes do mais recente ancestral das aves modernas e do Archaeopteryx.[4]
O Archaeopteryx, do Jurássico Superior (entre 150–145 milhões de anos atrás), é a ave mais antiga conhecida, dentro dessa definição. Outros autores partidários ao Phylocode, como Jacques Gauthier, tem definido Aves para incluir somente os grupos de aves modernas, excluindo muitos grupos conhecidos apenas pelo registro fóssil, e assinalando-os ao clado Avialae,[5] em parte para evitar as incertezas sobre o posicionamento do Archaeopteryx em relação aos animais tradicionalmente conhecidos como dinossauros terópodes.
Todas as aves modernas pertencem a subclasse Neornithes, que está subdividida em:Palaeognathae e Neognathae.[3] Estas duas subdivisões são frequentemente assinaladas a posição taxonômica de superordem,[6] embora Livezey e Zusi assinalaram-nas como coorte.[3]
Dependendo do ponto de vista taxonômico, o número de espécies de aves existentes conhecidas varia entre 9 800a 10 050.
Origem das aves
Evidências fósseis e análises biológicas intensas tem demonstrado que as aves descendem dos dinossauros terópodes. Mais especificamente, elas são membros do clado Maniraptora, um grupo de terópodes que inclui as famílias Dromaeosauridae e Oviraptoridae.[9]Com a descoberta de mais terópodes não pertencentes ao clado Avialae, a distinção entre terópodes e aves ficou ofuscada. Recentes descobertas na província de Liaoning no nordeste da China, que demonstraram que muitos pequenos terópodes possuíram penas, contribuíram para essa ambiguidade.
Evolução e diversificação das aves
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As aves se diversificaram numa grande variedade de formas durante o período Cretáceo.[11] Muitos grupos retiveram características primitivas, como garras nas asas e dentes, embora os dentes foram perdidos independentemente em vários grupos de aves. Enquanto as formais primitivas, como o Archaeopteryx e oJeholornis, retiveram os longos ossos da cauda dos seus ancestrais,[11] as caudas das aves mais avançadas foram encurtadas com o advento do ossopigóstilo no clado Pygostylia.
A primeira linhagem grande e diversa de aves de cauda curta a evoluir foi aEnantiornithes, nomeada em função da construção dos ossos do ombro estarem em posição contrária a das aves modernas. Os Enantiornithes ocuparam uma grande variedade de nichos ecológicos, de filtradores de areia e piscívoros a trepadores e granívoros.[11] Alguns linhagens mais avançadas também se especializaram em um dieta a base de peixes, como a classe Ichthyornithes.[12] Uma ordem de aves marinhas do Mesozóico, aHesperornithiformes, tornou-se tão adaptada ao ambiente aquático que perdeu a capacidade de voar. Apesar dessas especializações extremas, os Hesperornithiformes representam uma das linhagens mais próximas as aves modernas.
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